domingo, 19 de outubro de 2008

Aspectos críticos sobre a Sociedade da Informação

Aspectos Críticos da Sociedade da Informação

O termo sociedade do conhecimento ou sociedade da informação surge nos finais do século XX, associado ao termo da globalização em grande parte devido ao desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação. A sociedade tal e qual a conhecemos, tem vindo a sofrer algumas mutações em grande parte devido às TIC, onde a informação assume um papel preponderante na criação de riqueza, qualidade de vida e bem-estar das pessoas.
Dado o grande desenvolvimento da Sociedade da Informação, torna-se reflectir sobre alguns dos problemas inerentes à sociedade da Informação. Nesse sentido, penso que é importante reflectir sobre:

1 – Quantidade versus Qualidade da Informação e gestão da informação;
2 – Fiabilidade e validade das fontes;
3 – Propriedade da informação e direitos de copyright.

Um dos principais problemas que encontramos, quando efectuamos uma simples pesquisa através de um motor de busca, é com a quantidade de informação que nos aparece sobre essa mesma pesquisa. Um utilizador menos experiente, jovem ou adulto, terá dificuldade na escolha do caminho a seguir. As pessoas mais renitentes á utilização das novas tecnologias apresentam esta dificuldade como uma das principais barreiras no contacto com a Internet. Como deveremos então seleccionar a informação, ou por outras palavras, como poderemos comprovar a qualidade e a integridade da informação.
Como facilmente verificamos, a quantidade não implica qualidade. Por vezes, navegar e pesquisar informação na Internet, pode comparar-se a assistir a um combate entre o fogo e um bombeiro (Brown e Duguid, 2000).
Dado que, qualquer pessoa poderá criar e editar informação na Internet, por vezes torna-se difícil analisar a sua veracidade e a sua qualidade, no entanto existem algumas estratégias para atenuar este tipo de problemas. Em primeiro lugar devemos verificar quem é o autor da informação, se é um autor reconhecido, a que instituição pertence, se tem formação na área. Outra estratégia passa pelo confrontar e comparar a informação encontrada, com outras fontes e verificar se a qualidade da informação é comprovada através de citações a autores de referência. Outro ponto importante é verificar se estamos perante um site de referência sobre a temática em questão.
Existem outras estratégias, como por exemplo, utilizar procedimentos que permitam efectuar pesquisas mais eficazes, pesquisar em sites de referência, por exemplo, em repositórios de trabalhos académicos, comunicações e artigos, em bibliotecas on-line. Ou seja, em locais onde possamos identificar facilmente a qualidade da informação.
Isto pode parecer paradoxal, agora queixarmo-nos de existir imensa informação, quando à um tempo atrás alguns teóricos apontavam que, um dos principais problemas da sociedade era a falta de informação.
Como referem, Brown e Duguid no seu livro “ The Social Life of Information”, “The third wave has rapidily grown into a tsunami”. A escassez de informação rapidamente se transformou em abundância, restando-nos aprender a lidar com esta situação.
Com o aumento do trabalho colaborativo na Internet na construção de novos conhecimentos, surge o terceiro ponto crítico que identifiquei. Quem são os proprietários da informação? Este novo conceito de criação de informação e conhecimento implica, cooperação, colaborativismo, partilha, deste modo torna-se difícil identificar quem será o proprietário da informação. Será o grupo trabalho? Será apenas uma pessoa do grupo? Será propriedade do sítio onde está disponível? Ou será a informação de acesso livre? Do ponto de vista pessoal, penso que todo o conhecimento que resulta da cooperação de várias pessoas ou instituições deverá ser de acesso livre, pois só assim entendo a partilha de conhecimento. De qualquer modo, penso que os autores devem ser sempre referenciados, por uma questão ética e de comprovação da integridade da informação. Existem no entanto alguns sítios na Internet, onde o utilizador, caso queira, é convidado a contribuir financeiramente para determinado projecto, com o objectivo de financiar novos desenvolvimentos. Mas o não contributo, não retira o acesso à informação disponível.
Com o aumento do volume de informação e com a facilidade na sua utilização e reprodução, as questões dos direitos de autor são importantes e complexas. Para tentar dar resposta, a estas questões, surgem os movimentos de código aberto e mais recentemente as licenças Creative Commons.
As Licenças Creative Commons permitem expandir a quantidade de obras disponibilizadas livremente e estimular a criação de novas obras com base nas originais, de uma forma eficaz e muito flexível, recorrendo a um conjunto de licenças padrão que garantem a protecção e liberdade - com alguns direitos reservados. O utilizador poderá utilizar livremente informação de uma determinada obra, sem pedir autorização ao autor, uma vez que esta já estará previamente registada no Creative Commons.
A utilização deste tipo de licença poderá ser uma mais valia para a validação da qualidade da informação e consequentemente para a divulgação dos seus criadores.

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