quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Aprender na sociedade do Conhecimento

Contextualização

O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), provocou algumas alterações, no modo como pensamos a educação, nomeadamente, a educação na Sociedade do Conhecimento. Bem como, nas formas métodos e nos espaços de aprendizagem, hoje em dia não só a escola se assume como espaço de aprendizagem, a residência, o local de trabalho, o espaço social assumem um papel importante na aprendizagem.
Cada vez mais as pessoas e os alunos em particular, procuram conhecimentos através das TIC, principalmente na Internet, que possam corresponder às suas necessidades de aprendizagem. Existe hoje em dia, um vasto leque de tecnologias disponíveis, que permitem desenvolver novos espaços de aprendizagem, e a quantidade de informação disponível é incalculável, que se torna muito difícil seleccionar informação de qualidade.
As consequências de todo este desenvolvimento, são enormes para a escola e para os professores. Os modelos pedagógicos centrados no professor, onde este assume o papel principal na transmissão de conhecimento, não se adequam a este novo paradigma de aprendizagem, que exigem ambientes de aprendizagem interactivos, dinâmicos centrados no aluno e nas suas necessidades de aprendizagem. Quando implementamos metodologias com recurso às TIC, por exemplo, sala de aula em rede, aumentamos a complexidade mas também a interactividade e o interesse e participação dos alunos.
Comparativamente com os modelos pedagógicos tradicionais as pedagogias colaborativas típicas das salas de aula em rede constituem-se como sistemas de muito mais elevado grau de complexidade: mais interactivos, menos estruturados, envolvendo processos colaborativos de construção do conhecimento, capazes de adaptação à mudança mas também altamente imprevisíveis. (Gomes, 2006)

Utilização das Tecnologias da Informação no Ensino

As TIC são utilizadas no ensino em variados contextos e com diversos objectivos. O mais usual, é no meu ponto de vista, a sua utilização na sala de aula, para apresentação de conteúdos ou para desenvolver algumas actividades com os alunos, não deixamos de estar perante uma situação de ensino presencial na sala de aula. Outra perspectiva de utilização das TIC passa pela utilização de materiais em suporte digital, normalmente em CD ou DVD, que servem de suporte às aprendizagens tradicionais dos alunos. Incluem-se nestes materiais, CD’s divulgados com os manuais escolares, Enciclopédias digitais, entre outros.
Com a evolução exponencial do uso da Internet, e o surgimento de novas formas e plataformas de aprendizagem, associadas a WEB 2.0, um novo domínio da utilização das TIC surgiu. Este novo domínio que alguns autores designam por “extensão virtual da sala de aula presencial”, que inclui a Internet para a disponibilização de conteúdos aos alunos e proporcionar algumas orientações para o seu estudo forma da sala de aula.
Outro aspecto relevante na utilização das TIC na educação, diz respeito à sua utilização na educação à distância. O papel que as TIC assumem neste tipo de educação é extremamente importante, desde logo, pelo dinamismo que podem imprimir às relações professor-aluno e à relação do aluno com a construção do seu próprio conhecimento.
Todas as vertentes da utilização das TIC na educação representam mais-valias no processo educativo, e umas não invalidam ou se sobrepõem às outras.
A figura seguinte apresenta uma visão das diferentes vertentes de utilização das tecnologias no domínio do ensino e da formação, evidenciando a existência de algumas sobreposições, parcialmente responsáveis por alguma confusão e divergência em torno do conceito de e-learning. (Gomes, 2005)

Figura 1 – Vertentes da utilização das TIC na educação (adaptado de Gomes, 2005)

Novas metodologias de e-learning, têm surgido, embora não exista uma definição muito clara em torno do conceito de e-learning e na sua relação com as restantes vertentes da utilização das TIC na educação.
O e-learning pode no entanto, constituir novos cenários de educação à distância nos quais o elevado potencial das ferramentas disponíveis na Web permitem ultrapassar algumas das limitações apontadas aos anteriores modelos de educação à distância. Estes novos cenários apelam mais a cooperação e colaboração entre professores/formadores – alunos/formandos, mas também apelam fortemente à relação entre pares.

As Tecnologias da Informação e Comunicação e a Educação ao Longo da Vida

Tal como, referido anteriormente, as TIC podem ter um papel formativo bastante importante, tal é a variedade de formas de aprendizagem que podem proporcionar. Nesse sentido, e pensando em formação ao longo da vida, assumem um carácter preponderante, seja como suporte da formação, seja como fonte de aprendizagem.
Segundo Novak & Gowin (1999, pp. 9-10), na sociedade do conhecimento, “torna-se imperioso que cada sujeito aprenda a aprender”, o que implica que cada pessoa seja entendida como uma finalidade central da educação, no sentido de se encarregar ela própria da construção do saber, desenvolvendo mecanismos de auto-aprendizagem ou aprendizagem colaborativa.
Esta nova atitude perante a informação e os meios de adquirir conhecimento produz mudanças significativas na vida das pessoas, principalmente daquelas que não nasceram na era digital e que precisam se requalificar sob pena de perderem os seus postos de trabalho, pois na actualmente a informação assume um papel de riqueza e garantia de melhores condições de vida.
Tendo em consideração a importância da aprendizagem contínua, por um lado, e, por outro, a falta de disponibilidade de muitos profissionais para frequentarem acções de aperfeiçoamento profissional no formato tradicional, a formação a distância surge como uma solução, potenciando a utilização das TIC. Podendo as modalidades de e-learning assumirem um papel importante, nesta perspectiva, “life long learning”.

Referências Bibliográficas

· Gomes, Maria João (2005). E-learning: reflexões em torno do conceito. In P. Dias & C. V. Freitas (Orgs.). Actas da IV Conferência Internacional de Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação Challenges/Desafios 2005, (pp. 229-236). Braga: Centro de Competência Nónio Séc. XXI.
· Gomes, Maria João (2006). Desafios do E-Learning: do conceito às práticas. In Actas do VIII Congresso Galaico-Português de Psicopedagogia, Vol 2, (pp. 66-76). Braga: Universidade do Minho.
· Novak, J. & Gowin, B. (1999). Aprender a Aprender. Lisboa: Plátano Edições Técnicas